Após nomeação de um novo Diretor-Geral por parte do Ministro Abraham Weintraub, alunos do CEFET iniciam bateria de protestos contra a ação do Ministério da Educação (MEC). Órgãos estudantis e Poder Executivo ainda não chegaram a um acordo.
Histórico do caso
Todos provavelmente sabem da situação que se passa no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ) nos dias atuais. Porém, é necessário informar toda a história, desde seu começo até os dias de hoje.
Em maio deste ano, a comunidade do CEFET-RJ efetivou uma nova eleição para Diretor-Geral do campus. Mesmo que este não leve, de fato, à homologação da chapa vencedora, pois cabe ao Ministério da Educação homologar o processo, é tradição no que diz respeito à nomeação em escolas e universidades Federais ter seu processo democrático respeitado.
Entretanto, o MEC, em contramão à manifestação clara da vontade daqueles que convivem na instituição, nomeou um outro indivíduo, Maurício Aires Vieira, que não constava entre os candidatos e, sobretudo, jamais esteve no CEFET ou, ao menos, habitou o estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, o novo Diretor da escola em questão não entende a realidade do centro educacional. A situação se instaurou com a chapa não-eleita em maio entrando com um recurso no Ministério, alegando fraude no processo eleitoral, impedindo a homologação dos resultados das urnas.
Fora entendido pelos órgãos estudantis do CEFET - tais como ADCEFET, Grêmio e DCE - que trata-se de uma ação antidemocrática, pois não há como ter acesso ao recurso solicitado ao MEC. Embora sua disponibilização seja prevista por lei
Contextualizando todo o fato narrado, após o pedido de recurso, decretou-se que o MEC tem o direito de nomear um “pro tempore” em qualquer instituição com qualquer justificativa. Em um mês, após a liberação do decreto, é realizada esta ação fazendo a comunidade do CEFET/RJ revoltar-se com a nomeação de um novo pro tempore que não apresenta um contexto compatível com o modelo administrativo do CEFET.
Reação da Comunidade do CEFET frente ao ocorrido
Na segunda-feira (19), alunos e professores realizaram um protesto no interior do Centro Educacional, impedindo a posse do interventor nomeado pelo MEC. Para isso, os discentes e docentes bloquearam a entrada da Direção-Geral do Campus, exibindo diversos cartazes repudiando a ação do MEC. Ao final, Vieira retirou-se do local.
Na terça-feira, ocorrera uma Assembleia Comunitária dentro da Instituição, demonstrando os posicionamentos dos órgãos estudantis do Centro Educacional sobre toda a situação. Na quarta-feira, o Grêmio se mobilizou com os alunos em torno do CEFET para debater o que foi discutido na Assembleia.
Na quinta-feira, O MEC, através do pedido dos três órgãos, ADCEFET, Grêmio e DCE, enviou uma representante ao CEFET que compareceu ao Campus Maracanã para se reunir com os servidores e alunos. Houve uma complicação sobre qual seria o horário para a reunião, porém o Grêmio junto com os alunos, após tomarem conhecimento do horário do encontro - uma vez que as alterações visaram evitar a participação discente - invadiram uma das reuniões que ocorriam durante o dia com a representante. Lá, colocaram suas questões no intuito de serem ouvidos e respondidos, mas acabaram saindo de lá sem respostas.
Na sexta feira, ocorreu um Ato contra a intervenção no CEFET-RJ nas ruas ao redor do Campus. Após a manifestação, foi informado ao CEFET/RJ que o Interventor não poderá assinar nenhum termo nem decisão administrativa do Centro Federal sem estar no Campus Maracanã. A situação permanece conturbada. Não se sabe por quanto tempo o CEFET permanecerá sob intervenção do MEC. Ainda não há um acordo e estima-se que este não ocorrerá em em breve.
-Guilherme Machado
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