Chegando na marca de sua vigésima edição, o Big Brother Brasil 20 tem atraído atenção de grande parte da população brasileira com sua proposta de constante observação dos confinados. Ao longo do tempo, outros realities semelhantes ao BBB acabaram saindo do ar. Mas o que estaria fazendo esse programa prosseguir com alta audiência no Brasil? Certamente, por atender a necessidade e interesse natural das pessoas em assistir as ações corriqueiras dos outros. No entanto, pouco se fala sobre o porquê das ocorrências de inúmeras “tretas” e discussões entre os “brothers” que pode ser explicado pelo isolamento, perca da intimidade e abalo psicológico.
Todos os dias, chegam até nosso conhecimento os acontecimentos da “casa mais vigiada do Brasil” e, normalmente, nos deparamos com brigas ou desentendimentos que dividem os participantes no pequeno espaço que ocupam. Esses conflitos são gerados pelo fato do distanciamento com o mundo real, com a adaptação do comportamento de cada integrante que se perde no decorrer do programa e no desiquilíbrio emocional proporcionado pela preocupação com sua imagem diante do publico e dos próprios confinados. Ambientes tão excêntricos como a casa do BBB podem propiciar perda de identidade como uma anestesia emocional. Também, considerando a inexistência da possibilidade de fugir de algum problema interno, logo surge uma carência de expor ele ou então com a intenção de resolvê-lo, iniciar uma confusão generalizada.
Mesmo que os participantes se esforcem para agir normalmente, assim como no dia a dia, essa normalidade rotineira é fragilizada pela constante observação e pelo confinamento, ou seja, além da ausência de privacidade, instaura-se monotonia, tédio, carência e necessidade de atenção. Esses fatores acontecem com qualquer um e podem ser facilmente resolvidos quanto estão fora do ambiente do BBB, ações simples como a socialização entre amigos afim de seus interesses pessoais e passatempos através de jogos, mídias sociais e passeios. No entanto, pensando no ambiente que estão inseridos, viver da mesma maneira que antes do confinamento é inviável, acarretando numa nova realidade de convivências, atitudes, pensamentos e passatempos.
É evidente que as chances de haver pacificidade entre eles é minimizada por esse enorme e complexo conjunto de detalhes. Mesmo que se busque adquirir laços afetivos ou estratégicos para vencer o reality, a realidade deles, nesse ambiente, é tão instável psicologicamente e socialmente que rapidamente todo o jogo criado por cada um é desfeito e suas percepções da realidade e das pessoas ao se redor se distorcem.
Redator - Ian Lima
Comments