A cultura é essencial para o conhecimento da nossa história, nossa origem. Saber sobre o nosso próprio povo e consequentemente, de nós mesmos. Por isso, as lideranças governamentais e os meios/locais pelos quais buscamos conhecer a cultura deveriam garantir a acessibilidade a nossa própria informação. O problema é: será que esse acesso tem sido garantido e principalmente valorizado?
No ano de 2018 tivemos a trágica e fatídica perda de um grandiosíssimo acervo cultural do Brasil e do mundo: o Museu Nacional, também conhecido como Museu Nacional da UFRJ, localizado na Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão. Essa perda foi dada por um incêndio que tomou conta de todo o local conduzindo a perda de aproximadamente duzentos milhões de itens. Onde estava o governo? Onde estava o investimento a nossa cultura, nossa história? Infelizmente o que mais temos visto são nossos museus, bibliotecas, teatros e tantos outros como estes sendo submetidos a condições precárias. A valorização da cultura deve ser um assunto debatido a cada dia mais, pois sem ela não saberemos de onde surgimos, como, quais são as nossas origens, nossa história, seremos simplesmente nômades em busca de algo que sequer temos.
Com isso outro fator a ser analisado é a acessibilidade pelos acervos culturais. É bem verdade que ao irmos a algum Teatro ou uma exposição, nos assustamos com o preço dos ingressos, são por vezes altíssimos. Porém, muitas instituições ficam por muito tempo sem receber verbas, como foi o caso do Theatro Municipal aqui do Rio, que nos anos de 2016 e 2017 não teve espetáculos regularizados devido a falta de verbas e falta de pagamento dos servidores. Por esse lado, fica até compreensível que os preços sejam elevados, entretanto, o acesso a cultura é um direito do povo e precisa ser garantido de alguma forma, após perceber isso, muitas instituições tem trago exposições e espetáculos por preços populares ou até mesmo de graça!
Temos, como exemplos de gratuidade todos os dias:
Centro Cultural do Banco do Brasil – exposições temporárias e permanentes além de acesso a biblioteca.
Museu do Índio - exposições sobre a cultura dos índios que viveram aqui no Brasil.
Museu do Negro- exposições sobre a cultura dos negros aqui no Brasil.
Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) – exposições sobre o estudo e a evolução da
astronomia no Brasil além de acesso a biblioteca.
Centro Cultural Paço Imperial - primeiramente foi a casa dos Vices-Reis no Brasil e posteriormente lar dos reis e imperadores. Atualmente foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura. O local garante muitas exposições artísticas internacionais e nacionais.
Além disso, o Theatro Municipal faz espetáculos aos domingos, ás 11h com ingressos a um real!! Essas programações são postas na página do Facebook:
O Museu do Amanhã e o Museu de Artes do Rio (MAR), ambos situados na Praça Mauá possuem gratuidade somente as terças assim como outros museus.
É interessante perceber após esses dados que de certa forma a cultura esta resistindo. O contato com a informação de qualidade deve ser algo garantido e acessível a todos. Então sim, essa acessibilidade está sendo proposta ao povo porque verdadeiramente ainda existem pessoas realmente interessadas a propor o conhecimento da nossa própria história. Sabemos que isso deve ser algo garantido pelo governo, o Ministério da Cultura deve assegurar que esses meios culturais estejam em pleno funcionamento e devidamente conservados, mas nos mostra também que é nosso dever lutar e resistir pela nossa própria subsistência. É nosso dever aproveitar e usufruir desses meios de conhecimento da nossa história, estando nós devidamente informados, conscientes da nossa cultura e conscientes da realidade política vivenciada que poderemos enfim lutar visando a sobrevivência da nossa cultura, para que ela continue viva e viva por muito tempo.
´´Um povo sem cultura não se levanta. Se ajoelha.`` - William Jones.
-Anne Vitória Galvão
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